Evento reuniu especialistas em Direito Digital e Empresarial e executiva de um dos principais portais de vendas do país para falar sobre estratégias do comércio eletrônico.
Empresários e especialistas em comércio eletrônico se reuniram na manhã desta quinta-feira (4) em Blumenau para debater os desafios das plataformas eletrônicas de vendas. O “Café com e-commerce” foi promovido pelo escritório KEA Advogados e contou com a participação de Taísa Adriana Cardoso Bornhofen, que apresentou o case da Posthaus, um dos principais portais de venda do país.
Os participantes que se inscreveram gratuitamente acompanharam a discussão sobre o crescimento das principais plataformas de e-commerce no Brasil. Apenas em Santa Catarina mais de 17 mil empresas atuam com vendas online, o que coloca o estado na sexta posição em número de negócios deste tipo, de acordo com dados do Tech Report 2021, estudo realizado pelo Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e pela Neoway, com apoio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Mesmo que o mundo esteja imerso em uma era tecnológica, a compra online, que já era uma realidade, teve um crescimento inesperado impulsionado pela pandemia de Covid-19. Os cuidados com a proliferação da doença afastaram os consumidores das lojas físicas e levaram as empresas a se adaptar, migrando para o formato e-commerce e intensificando investimentos nos meios digitais.
Sendo um formato totalmente novo para muitos empreendedores, a diretora comercial do portal Posthaus apontou como é importante pesquisar o formato e até mesmo questionar outras empresas que já utilizam esse formato de vendas. Bornhofen tambémapontou alguns erros básicos para os quais as empresas devem ficar atentas. “Um dos grandes pilares do sistema e-commerce é nunca colocar produtos que não podem ser entregues ou fazer promessas que não podem ser cumpridas como, por exemplo, algo bem comum que é o ‘frete grátis’. Não usar essas promessas para fidelização, tendo o risco de mais tarde não conseguir retirar o benefício e perder o consumidor”.
Bornhofen destaca ainda que uma das principais dificuldades das companhias para se consolidarem neste formato de mercado é acreditar que o produto anunciado se venderá sozinho. “Vale lembrar que nenhum produto se vende sozinho, por isso a empresa deve analisar o que é viável para a estrutura da empresa, pois mesmo que esteja fazendo pouco, é preciso ser bem feito, criar algo sólido e autossustentável”.
As sócias do KEA Advogados, Ana Gabriela Araújo Zadrozny e Camila Katrin Kuppas Costa, destacaram a importância das empresas atuarem de forma preventiva, se adequarem às leis, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e aplicar demais medidas preventivas que ajudam a minimizar problemas, como uma boa gestão contratual com os fornecedores, transportadoras e demais.
“Dentro das plataformas é importante constar o maior número possível de informações sobre a empresa e os produtos fornecidos, evitando surpresas quando do recebimento do produto pelo consumidor, o que dependendo da situação, pode gerar demandas judiciais e altos custos com os reparos e defesas de processos indenizatórios para o negócio”, destaca Ana Gabriela de Araújo Zadrozny. “Toda empresa terá desafios, mas a diferença está em como a empresa lida com esses desafios: precisa ser ágil, ter planejamento, estar em conformidade, investir em treinamento de equipe, ter backups para quando for necessário, manter as negociações e condições e compra dos produtos de forma que sejam boas para ambas as partes”, complementa Camila Katrin Kuppas Costa.